Sabemos que diversificar é um caminho que muito eficazmente nos conduz ao crescimento
Se no início da longa caminhada de 29 anos o Grupo WM dava largos passos apenas na construção, atualmente conta ao todo com 12 empresas distintas no seu vasto leque de oportunidades. Desde o setor da construção, imobiliário, indústria transformadora e comércio à agricultura e pecuária, as atividades desta marca complementam-se entre si e abrem horizontes para uma imensa janela contemplada pela diversidade.
Filipe Pescada, CEO da marca, assume que foi “através do setor da construção e da empresa WM Construções que o Grupo se impulsionou uma vez que permitiu que entrássemos no universo do ramo imobiliário. Assim, surgiu o betão pronto com a Base Sólida e as madeiras e derivados com a Hipermaco. Já na indústria, derivamos para três segmentos completamente distintos. a transformação de chapa em condutas de AVAC, com a Condutek, a produção de derivados asfálticos com a empresa SOIDA e, recentemente, uma fábrica de ração animal no Cuanza Norte, com a Gestpec. No que diz respeito ao comércio e em Luanda, temos a Expogarden nos paisagismos e os serviços especializados para a indústria madeireira, com a Mundifer. Por fim, na agricultura e pecuária, temos duas fazendas diferenciadas, uma na Provincia do Bengo e outra Cuanza Norte. A primeira vocacionada para a fruticultura, como a banana, mamão ou maracujá, com a Turiagro e a segunda para cultivo em regadio de cereais como o milho e a soja, com a Lucalagro”. Como facilmente se entende, o Grupo WM tem registado um crescimento diversificado desde a sua fundação, expandindo a sua atuação em várias setores de atividade da economia angolana. Mas nada disto seria possível sem a capacidade de empreendedorismo do Fundador do Grupo WM, Rogério Martins Leonardo. Sendo luso-angolano, voou até Angola com apenas 21 anos de idade à procura de desafios que satisfizessem a sua imensa vontade de criar. Aos poucos, e alguns anos depois, foi estabelecendo a sua marca tornando-a autossuficiente e senhora de si própria, o que permitiu ultrapassar as inúmeras lacunas que sempre existiram no mercado, tal como o nosso entrevistado, Filipe Pescada, reconhece: “É realmente de louvar tudo aquilo que o Fundador Rogério Leonardo conquistou até aos dias de hoje, tendo conseguido diversificar os serviços de forma inquestionavelmente maravilhosa. Ele é, sem qualquer dúvida, o pilar desta marca”. Contudo, o CEO e a sua equipa de gestão que o acompanha desde sempre, tem também uma «mão cheia» de responsabilidade, quando se fala do sucesso e reconhecimento desta empresa. Resiliente por natureza, representa o Grupo há 15 anos. A paixão é o que o move quando o desafio parece ser maior – mas nunca suficientemente grande para o nosso entrevistado.
Lacunas no mercado angolano
Embora o Grupo WM empregue 1024 colaboradores, tendo como máxima a valorização das pessoas, há determinadas condições que, segundo Filipe Pescada – e por muito que se esforcem para as solucionar – são difíceis de colmatar. “Além dos problemas transversais, há dificuldades no dia a dia como aquelas que a maioria da população passa para chegar ao local de trabalho por exemplo – muitas deles sem qualquer qualidade de vida, não se alimentam e dormem em condições deploráveis – sendo que lhes é exigido que produzam de igual forma a outros colegas que têm efetivamente melhores condições. Muitos estão a sair do país à procura de um contexto melhor, o que é perfeitamente normal. À semelhança da maioria das empresas hoje em dia, tentamos apostar cada vez mais nos quadros nacionais, o que requer qualificações, sendo a formação um dos maiores obstáculos. Quem conhece a realidade de Angola sabe que é um problema estrutural que precisa de ser resolvido”.
É sempre possível diversificar?
A diversidade é um fator com o qual o Grupo WM se compromete desde o dia em que foi consumado. Mas será que, e tendo em conta as questões anteriormente faladas, é sempre possível fazê-lo? Para o nosso entrevistado, é sim possível, mas nem sempre é uma tarefa simples. “Sabemos que diversificar é um caminho que muito eficazmente nos conduz ao crescimento. Por este motivo, a nossa estratégia passa por criar sinergias – nomeadamente no setor da ração animal, produção de milho e fruticultura – para que juntos consigamos aumentar o nosso investimento e evoluir para um patamar superior. Angola tem um enorme potencial a nível demográfico e apesar da crise que se vive, ambicionamos ter connosco os parceiros certos para tornar esta diversificação cada vez melhor e inovadora”. Estas relações de parceria passam por identificar entidades a nível nacional ou internacional, sendo que uma eventual internacionalização ou exportação – tendo em vista o continente africano – dependerá do resultado das mesmas.
Espaço Lusófono
A Lusofonia é um termo onde se almeja afirmar uma identidade comunitária, para além da questão linguística e onde, cada vez mais, é utilizada para um desenvolvimento estratégico dos países de língua portuguesa. Desta forma – e sabendo que o Grupo WM pertence, também ele, a esta comunidade – apesar de não ter relações ou parcerias, em nada retira o potencial e interesse da marca em estratégias futuras e benéficas para todos. A língua portuguesa é e será sempre o elo de ligação entre os países lusófonos e por isso extremamente valorizada. Mas como estará o panorama atual de cooperação entre esta comunidade? Filipe Pescada reconhece que “estamos a atravessar uma fase complicada a nível mundial com a pandemia, verificando-se um natural afastamento físico, determinante em qualquer tipo de cooperação. Contudo, acredito que nos possamos voltar a encontrar rapidamente. Todos sabemos que a cooperação dos países membros da lusofonia é extremamente vantajosa”. No entanto, no seu entender, deveriam ser analisadas algumas questões que considera determinantes e que beneficiassem os mesmos, nomeadamente “a facilitação na livre circulação das pessoas. Ter este processo simplificado é fundamental para que as relações prevaleçam e cresçam. Embora saibamos que, mais uma vez devido à pandemia, se tenham levantado agora novas questões no que diz respeito aos certificados, às vacinações e outras exigências internacionais. Se antes estávamos num ótimo caminho, esta problemática deixou-nos novamente às escuras”, afirma o nosso interlocutor. Existe por isso um importante caminho a percorrer no sentido da recuperação das relações que se perderam e da união a nível empresarial que muito diz à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e que, o CEO do Grupo WM gostaria de ver restabelecida. “O empresariado lusófono junto conseguirá sinergias únicas”, reconhece o próprio.
Os passos seguintes do Grupo WM
Está na génese do Fundador Rogério Martins Leonardo e do CEO Filipe Pescada assumir cada negócio com paixão e dedicação – tal como se tem vindo a concretizar ao longo de três décadas de história. Assim, além de manter a qualidade e a diversidade que tem marcado o percurso do Grupo, um dos objetivos passará pela exportação – concretamente no setor da fruta e da ração animal – mas não sem antes do processo de certificação concluído. “Queremos, acima de tudo e como já referi, identificar parceiros para que juntos possamos desenvolver algumas áreas de negócio e assim partilhar conhecimento. No fim pretendemos ser melhores”, termina Filipe Pescada, CEO do Grupo WM.