GestPec investe seis milhões USD em fábrica para potenciar sector agrícola
“O desenvolver do sector acaba por ser positivo para todos, desde que os produtores de matéria-prima até a indústria transformadora estejam ligados, se estivermos de costas voltadas o sector não se desenvolve”.
A GestPec fábrica de ração animal está engajada no escoamento de produtos e direcciona o foco para relações de confiança através de parcerias, disse o Director- geral. António Silva.
A GestPec representa a marca “rações KN” e está localizada na província do Cuanza Norte, no município do Lucala.
A empresa, segundo o seu director, investiu seis milhões de euros para concepção da fábrica, sendo que o principal objectivo é o escoamento da produção das “rações KN”.
De acordo com o responsável, a empresa prevê o retorno do valor investido num período de 8 a 7 anos e um volume de negócios de três mil milhões Kz nos primeiros anos.
Para o efeito, existe um relacionamento muito próximo com associações de produtores, nomeadamente a Associação Nacional dos Avicultores de Angola (ANAVI) com quem foi assinado recentemente um memorando, à semelhança do que tem vindo a ser feito com algumas cooperativas e associações regionais.
“Verificamos uma enorme carência ao nível do apoio técnico. Neste momento estamos concentrados principalmente em dois sectores, o das aves e da produção de suínos, trabalhando com alguns parceiros e associações e cooperativas, como o caso da ANAVI, que para além de fornecer a ração com alguns descontos adicionais prestamos apoio técnico, informação e divulgação. A ideia é dinamizar as várias vertentes da pecuária e o futuro passa por aí ”, adiantou.
Para António Silva, uma grande parte da produção intensiva está centrada à volta de Luanda onde é feito algum escoamento directo na região, inclusive no chamado mercado “rural” constituído por pequenos produtores, pois o grande consumo acaba por ser também na capital onde se concentram os grandes aviários e criadores de animais.
As principais dificuldades passam pela logística e tem a ver com a dimensão das explorações, em que a maioria dos produtores não consegue fazer cargas directas da fábrica, o que acaba por se refletir no preço final, face aos custos acrescidos com o transporte.
“Estamos a tentar ultrapassar através de distribuição especializada em diferentes províncias ao nosso redor, nomeadamente Kwanza Sul, Malanje e Uíge, aonde se identifiquem distribuidores que possam assumir este papel, concentrando a ração e realizando eles a distribuição junto de pequenos e médios produtores” disse.
Capacidade de Produção
A GestPec está inserida dentro da Fazenda Lucalagro, e fornece a fazenda cerca de 20% da matéria-prima necessária para o fabrico de ração, nomeadamente o milho e a soja, sendo as restantes necessidades preferencialmente cobertas por produtores locais, dinamizando também dessa forma a produção regional e o escoamento de produção de pequenos produtores.
A fábrica tem uma capacidade de produção de 20 toneladas por hora de ração comercial. “Com apenas um turno temos a capacidade de atingir as três mil toneladas por mês, existindo necessidade a fábrica poderia trabalhar com três turnos (24h/24h)”.
A fábrica está vocacionada para produção de diversos tipos de ração animal, disponibiliza actualmente ao mercado alimentos para as seguintes espécies: Galinhas Poedeiras, Frangos, Suínos e Bovinos.
A empresa conta com duas lojas próprias, uma localizada em Luanda (Via Expresso) e a outra no Cuanza Norte (Lucala).
A fábrica conta com uma força de trabalho de 18 colaboradores.
“O desenvolver do sector acaba por ser positivo para todos desde os produtores de matérias-primas, passando pela indústria transformadora, produtores pecuários, transformação e distribuição alimentar. É uma cadeia em que estamos todos interligados, se estivermos de costas voltadas a produção nacional não se desenvolve”.
António Silva adianta que começaram a “comercializar” em inicios de Agosto de 2021, mas já faziam alguma produção para o consumo interno e fornecimento de parceiros. Construída e pronta em 2020, ficou operacional apenas em 2021, face aos percalços da COVID e de todas as dificuldades inerentes na logística da assistência técnica especializada aos equipamentos provenientes da Europa, nomeadamente da Holanda.