
Base Solida regista quebra de 20% na facturação
A empresa Base Solida, que sustenta a marca Base Betão, vocacionada para a produção de betão pronto, sofreu uma baixa na facturação de 20% nos últimos dois anos devido à mudança de paradigma no mercado da construção civil, agravado com o surgimento pandemia da COVID-19 e a paralisação de obras e uma série de investimentos publicos.
Segundo o director-geral José Teixeira a empresa teve um volume de negócio na ordem dos 1,2 mil milhões Kz em 2019, tendo reduzido significativamente para mil milhões, causando uma baixa de 20% na facturação e na mão de obra, como consequência directa da pandemia.
Com um investimento de 3,7 milhões USD a empresa conta actualmente com três centrais para produção de betão em Cacuaco e Boavista e uma central de lavagem e britagem de agregados (inertes) no Panguila. “É através delas que suportamos todas as obras que temos,” disse o responsável.
Teixeira conta que a empresa surgiu em 2017 em meio a crise vivida pelo sector da construção civil. Para a permanência da mesma foi implementada uma estratégia de reestruturação, com forte aposta no capital humano local com know how técnico e sólida experiência, em detrimento dos expatriados.
Antes da pandemia a empresa empregava 72 trabalhadores antes da pandemia, actualmente contam com uma força de trabalho de 48 colaboradores. Todos funcionários recebem formação de acordo a área em que são enquadrados, a mão de obra é toda nacional e devidamente qualificada para o trabalho que exercem.
De acordo o responsável a empresa está centrada unicamente na província de Luanda e não vê perspectivas de “migrar” para outras províncias a não ser que surjam projectos que justifiquem elevados investimentos em infra-estruturas adequadas para este tipo de negócio.
“Acho que estamos muito limitados a obras do Estado, o investimento privado deveria aumentar consideravelmente, porque as obras são limitadas e as poucas que existem são estatais”, frisou.
Capacidade de Produção
A Base Betão tem uma capacidade instalada de 300 mil metros cúbicos por ano, e 140 metros cúbico hora. Conta com 20 autobetoneiras, com capacidade total de carga de 150 metros cúbicos em simultâneo, quatro bombas automóveis e três estáticas.
“O COVID veio agravar e influenciar negativamente o negócio do betão, como comprova a baixa de facturação de 20%, apesar da matéria-prima ser explorada e adquirida 100% no mercado nacional.
A partir da exploração no Panguila, de onde vem parte da matéria-prima, e todos os agregados, a mais importante e com impacto significativo na produção e preço de venda ao publico, é o cimento, adquirido à cimenteira Nova Cimangola. “Este é daqueles negócios que trabalha unicamente com matéria-prima nacional”.
Preocupações José Teixeira diz estar preocupado pela forma com que os negócios no ramo têm vindo a ser dirigidos. “Quando surgiu o IVA, aderimos de imediato, cumprimos ainda com todos os preceitos legais e ambientais, mas a verdade é que continuamos a constatar que algumas empresas comercializam sem IVA, não seguem os licenciamentos, têm seguros de responsabilidade civil, etc”.
Para José, estes incumprimentos dificultam a vida de quem trabalha dentro da Lei, pois com o incremento do valor do IVA no preço será sempre o consumidor final que assume esse aumento…
“Pelos preços praticados por algumas empresas, é visível o incumprimento desse tipo responsabilidades” afirma
“E para que exista uma perfeita noção, basta referir que o preço do cimento, principal matéria-prima do betão e que chega a representar entre 50% a 60% do preço custo, aumentou desde o início de 2020 até à presente data 64%, o que representa um acréscimo no apuramento do custo do betão em cerca de 20 a 25% (dependendo da especificidade do produto)”.
E é neste contexto que afirmam que as empresas que mantêm o mesmo preço de anos anteriores podem, eventualmente, colocar em causa a qualidade construtiva”.
Artigo de https://mercado.co.ao/negocios/base-solida-regista-quebra-de-20-na-facturacao-XC1040257